"Não são poucos os significados simbólicos das formigas no âmbito de nossas referências culturais.
Metafora da cautela e do trabalho, símbolo do primitivo, da destruição e da ruína, encarnação do incomodo, medida universal do despresível, ou ainda exemplo de indivíduo anônimo a serviço de uma rigorosa organização social.
Toda essa galáxia de significações é ativada e revolvida por Palumbo, que elegeu a formiga como elemento recorrente de seu universo visual.
Simplificada em sua mínima estrutura gráfica ou potencializada por recursos diversos, ela esta presente desde o início na obra desse jovem artista italo-brasileiro que mereceu, no ano passado, o prêmio aquisição do 8º Salão Paulista.
Em Milano desde 88, onde vive e trabalha, Palumbo tem uma considerável experiência no campo da gráfica, que precede sua incursão no território da pintura.
Seu trabalho em alguma das mais importantes publicações brasileiras, entre elas o jornal Folha de S. Paulo e revista Trip, lhe serviu de laboratório para o desenvolvimento de sua atual produção.
É visível em suas obras a presença do elemento gráfico, que aparece, contudo, contextualizado e comentado por procedimentos ligados 'a tradição da pintura.
Em seus trabalhos a fusão entre gráfico e pintura surge atravéz do uso de recursos reprodutíveis, como o "Scanachrome", que se transformam em peças únicas com a intervenção de tecnicas típicas do universo das Artes plásticas.
Com isso tanto a "legerezza" aparente da gráfica, quanto o caráter "sacralizado" da pintura são relativisados e reconstruídos."
Marcos Augusto Gonçalves - 1992
exposição individual no MAM de São Paulo,
" O Grande Mecanismo da Verdade Universal da Vida e do Cosmos"